A EPIDEMIA DO CRACK EM ALVORADA
Vivemos numa era de constantes avanços em todas as áreas do conhecimento humano, mas nem por isso deixamos de conviver com os problemas das epidemias que assombram a sociedade, sejam elas biológicas ou sociais. Em ambos os casos elas se alastram pelos municípios, estados, países e continentes, não há como detê-las.
Entre muitas das epidemias sociais, nosso grupo abordará a terrível epidemia do crack, droga letal e devastadora, que pode viciar em uma única vez de uso, desestruturando famílias, estado e sociedade.
Se pararmos para refletir sobre este problema, perceberemos que muitos dos aspectos que envolvem a violência estarão relacionados ao consumo desta droga, ou melhor, os atos violentos que são praticados para aquisição da mesma.
Estima-se que mais de 50 mil pessoas no Rio Grande do Sul, sejam dependentes químicos do crack.
Esta epidemia é diariamente responsável por mortes, furtos, roubos, aumento da violência em geral, destruição familiar e tragédias diversas.
O problema do crack deveria ser enfrentado em três vias:
· Repressão ao tráfico;
· Tratamento dos dependentes químicos;
· Prevenção.
O problema é mundial, mas nos deteremos na abordagem das políticas públicas que combatem o uso do crack no município de Alvorada, cidade em que residimos e trabalhamos. Ao investigarmos, tomamos conhecimento de que sequer há uma estimativa de usuários da droga no município. O planejamento é inexistente.
Sabemos que a secretaria de saúde do município não possui um planejamento para combater o crack. No entanto através da Secretaria de Educação são desenvolvidos alguns trabalhos quanto à prevenção ao uso desta droga. Uma parceria, que há muitos anos, vem rendendo bons frutos, é o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). Esse Projeto é desenvolvido pela Polícia Militar, de competência do Estado. No entanto, infelizmente, este projeto não atinge a todos os alunos das escolas públicas do município. Porém em algumas vezes, os orientadores do curso não tem acesso as turmas de 4ª série, devido ao não conscentimento da professora da turma, ou em outras, a não participação ativa das mesmas.
Outras maneiras de prevenção e educação, também são desenvolvidas por ONGS não governamentais.
Além disso, outras entidades, também preocupadas com este problema, promovem por iniciativa própria, com diversas parcerias, entre elas o governo municipal, campanhas em combate ao uso de crack. Neste sentido, no dia 28.06.2009, acontecerá no município, organizada pelos tradicionalistas a 1ª Cavalgada e Chasque Anti-Drogas de Alvorada, com o lema “Crack nem pensar. Vamos tirar esta pedra do caminho”.
Ainda neste mês de junho, a ex-prefeita Stela Farias, hoje Deputada Estadual do RS, em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) promoveu duas palestras com exibição de documentários temáticos sobre o uso do crack em Alvorada.
Os dados de que o grupo se baseou até agora para estudo, são obtidos através de instituições fora do município ou até mesmo através da divulgação da imprensa.
Como coloca o vereador municipal Marcus Thiago, do Partido dos Trabalhadores de Alvorada, em seu Blog:
"A Prefeitura de Alvorada, não tem nenhuma política séria para enfrentar esse problema que está disseminado em toda a cidade. O prefeito Brum gasta uma fortuna com propagandas inúteis e de mera promoção do seu governo, mas não desenvolve nenhuma campanha de prevenção a essa terrível doença que vitima principalmente jovens e crianças. Também não há qualquer política municipal que viabilize um tratamento minimamente eficaz."
Em determinado programa houve a divulgação de que o centro que atende os viciados em crack em Alvorada é o CAPS. O município tem em torno de 1500 viciados, onde 56% destes tem mais de 35 anos de idade.
Os municípios da Grande POA, em conjunto, abrirão o Centro Regional de Recuperação, onde cada município contribuirá com verbas. Esta foi uma iniciativa de alguns deputados estaduais que estão tentando junto ao Governo Federal, através do PRONASCI verba para a construção do um Centro de Referência para o tratamento de usuários do Crack.
Uma das participantes do nosso grupo faz um depoimento muito importante:
“Como frequentadora de algumas atividades políticas e sociais em Alvorada, tive a honra de participar a alguns meses atrás do lançamento deste programa no município. No entanto, também foi grande minha frustração e de muitas pessoas que estiveram naquele ato, na Câmara de Vereadores, em que pudemos perceber claramente, que quando foi dada a palavra ao Prefeito da cidade para que pudesse discutir o referido projeto com os presentes, que este, deixou bem claro que a administração não tinha nenhum tipo de projeto que pudesse fazer uso e aproveitamento da verba proveniente do mesmo. Pior ainda foi deixar claro que não interessava para a administração fazer "propaganda" para o governo federal. Nós, educadores que estávamos lá, saímos extremamente decepcionados, pois sabemos o quanto o uso indiscriminado das drogas afetam nossas crianças e adolescentes, o quanto prejudicam sua condição de educando, com suas famílias dilaceradas.”
Ana Cláudia
Ao encerrarmos nosso Projeto, podemos destacar que tiramos muito proveito, pois fizemos uma pesquisa significativa e, através dela podemos concluir que ainda necessitamos de muitas informações sobre o mal do crack em nosso município. Para que possamos ser educadores capazes de mudar nossa realidade precisamos que a adminstração, juntamente com a comunidade, tome para si esta responsabilidade e tome atitudes realmente sigificativas, tais como:
-
Criar ações direcionadas para estudantes, famílias e comunidade em geral;
-
Reduza fatores de risco, com ações culturais direcionadas aos jovens;
-
Crie redes sociais de cooperação, solidariedade, parceria, de respeito as diferenças econômicas e sociais, tolerância e generosidade;
-
Crie, supervisione e reformule ações;
-
Crie trabalhos institucionais;
-
Mapeie o uso de crack na cidade;
-
Capacite as comunidades e escolas com agentes multiplicadores capazes de combater o uso e o tráfico de crack;
Sabemos que somente com este tipo de ações e com a participação efetiva da comunidade em parceria com a administração, seremos capazes de gerar a mudança necessária diante deste problema, pois precisamos ampliar nossa visão e sermos capazes de exercer a nossa cidadania e transformar a nossa sociedade para melhor e, sabemos que cada um de nós é importante e pode fazer a diferença nesta luta.