O crack é uma droga ilegal, obtida a partir da merla - uma variação da pasta de coca, obtida como subproduto do processamento das folhas de coca, para obtenção de cocaína.
A merla é misturada ao bicarbonato de sódio e água. O bicarbonato de sódio faz com que a mistura tenha um baixo ponto de fusão (passagem de sólido para líquido) e ebulição (uma forma de passagem de líquido para gasoso), tornando possível a queima da droga com o auxílio de cinzas, que são colocadas em um cachimbo, junto ao crack.
O uso de cocaína por via intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante e é tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa - bastando um cachimbo, muitas vezes improvisado.
- OS EFEITOS DO USO DO CRACK:
Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima.
- AS CONSEQUÊNCIAS DO USO DO CRACK:
1. Complicações cardiovasculares:
Taquicardia, hipertensão, palpitações, arritmias cardíacas. O aumento do esforço cardíaco para bombear o sangue através da circulação pode levar ao infarto do miocárdio, mesmo em pessoas jovens e sem doença cardíaca prévia. Indução de aneurismas, especialmente da aorta, tem sido bastante descrita.
2. Complicações pulmonares:
São principalmente relacionadas ao fumo do crack. São elas: pneumomediastino (ruptura dos alvéolos pulmonares com conseqüente extravasamento de ar entre os pulmões - mediastino), a conhecida síndrome “pulmão de crack” (caracterizada por dores no peito, falta de ar, tosse sanguinolenta), edema e necrose da mucosa da laringe.
3.Complicações neurológicas:
Hemorragias intracranianas, convulsões generalizadas, infartos cerebrais, prejuízo das funções cognitivas (memória, atenção, concentração).
4. Complicações gastrintestinais:
Colites induzidas pelo CRACK(caracterizadas por diarréia aquosa, cãibras abdominais dolorosas, vômitos).
5. Complicações oftálmicas:
Úlceras e escaras nas córneas de indivíduos que colocaram cocaína na conjuntiva ocular, ou submetidos às altas temperaturas da fumaça emitida pelo CRACK.
6.Psiquiátricas:
Além dos quadros de Abuso e Síndrome de Dependência, os usuários podem desenvolver quadros psicóticos (com presença de delírios e/ou alucinações), agitação psicomotora, síndromes maniformes (aceleração do curso do pensamento, idéias de grandeza, inquietação psicomotora).
7.Impacto na gestação:
Anormalidades fetais, parto prematuro, diminuição da superfície craniana e encefálica, desnutrição fetal, dentre muitas outras.
A melhor forma para se evitar essas danosas complicações é a abstinência total dessa substância. Infelizmente, muitos dos usuários somente procuram ajuda especializada, quando as várias complicações citadas já estão instaladas.
O tratamento da Síndrome de Dependência de Cocaína/Crack deve ser realizado por especialista na área. Infelizmente, até o momento, não existem medicações comprovadamente eficazes no manejo dessa condição, embora algumas tenham mostrado eficácia em estudos controlados.
O tratamento da síndrome pode ser realizado em ambulatórios, clínicas especializadas ou até mesmo em regime de internação. Isso dependerá da gravidade do quadro do paciente. Grupos de mútua ajuda têm auxiliado alguns desses pacientes.
O primeiro passo na direção do sucesso do tratamento é a motivação do dependente em cessar o consumo das substâncias. Além disso, a modificação do estilo de vida, associada com o apoio real dos familiares, são ingredientes indispensáveis durante o processo terapêutico.
A Síndrome de Dependência de Cocaína/Crack é um quadro, geralmente, bastante grave e o paciente deve receber intenso apoio dos familiares. Infelizmente, muitos familiares querem ajudar, mas não conhecem a melhor maneira de fazê-lo. Dessta forma, a terapia familiar deve ser instituída em muitos casos, já que, comumente, os familiares adoecem junto com o paciente, em um processo conhecido como co-dependência.
Comments (1)
Beatriz Magdalena said
at 11:31 am on Jul 1, 2009
Adriana, coloquei as fontes para abrir em uma pg nova para que ao fechá-la os leitores voltem para o PA. Eu gostaria que algumas das colegas ou tu mesma, mexesse no texto para tirar dele, a cara de cópia de alguns parágrafos das fontes. Só então, ele poderia ser considerado um texto autoral. Se só tu mexeres nele, será u texto autoral teu. Se mais colegas mexerem e acrescentarem, será uma produção do grupo, uma produção coletiva. è uma pg necessária e interessante
Um abração
Bea
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